"Sabes que mais?
Despi-me.
Despi o corpo de culpa.
Passei metade da vida a tentar ser correta, a querer ser ponderada, a exigir[me] ser leal.
Vesti-me com os melhores valores, rodeei-me das melhores práticas e fiz, quase sempre, a aposta certa.
Se nunca falhei? Claro que sim. Falhei. Falhei demasiadas vezes. As vezes necessárias para me fazer levantar, para limpar as feridas e seguir em frente. Seguimos sempre em frente, não é? Com mais ou menos mazelas, mas somos dos duros. Dos que não vergam. Dos que acreditam que o bem irá sempre triunfar. E por isso seguimos.
Fui eximia no sentir. Senti sempre em doses exageradas. O que sinto hoje é na exacta proporção do que sei que vou sofrer amanhã. Sempre foi assim. E desconfio que já não irá mudar.
No entanto, hoje, descobri - como quem descobre uma fórmula de que há muito estava à espera - que fui assim, durante este tempo todo, mais pelos outros do que por mim.
Somos leais com os outros, sentimos pelos outros.
Sabes que mais?
Cansei!
Cansei de não ir porque não é correto, de não fazer porque não é sensato, de não sentir para não magoar.
Despi-me de culpas. Deixei-as lá fora. Despi-me das culpas que carregamos. Não faço porque...Mas eis que, agora, apetece-me fazer, apetece-me ir e apetece-me sentir [me].
Eu. Agora, eu, porra! Sem culpas.
Talvez me digas: «Já não tens idade para ser rebelde.»
E eu talvez te responda: «O que eu não tenho idade é para continuar a não viver.»
Despi o corpo de culpas.
E talvez o dispa de roupas também.
Ou talvez dispa a alma.
Com calma.
Talvez vá.
Talvez faça.
Talvez seja.
E talvez [me] veja.
E se te parecer desconexa, insana.
Se te deitar na minha cama, se te desejar mesmo sem te querer.
E se te parecer mais solta e menos ponderada.
Mais desprendida, menos apaixonada.
Não te preocupes.
Estarei a viver sem culpas, sem viver amedrontada.
O que, agora, vês em mim é o meu tudo.
Porque antes querer viver tudo do que acabar por morrer sem nada."
(Só que não)
无论你有怎样的人生观,都不能忘记生命的价值在于贡献。
ResponderEliminar确切地说,没有更多。 我喜欢你的评论。:)
EliminarA escrever ironizando se escrevem verdades que inundam tantos e tantos pensamentos e imaginários. Moral da "estória": VAMOS EM FRENTE.
ResponderEliminar...
Abraço
...
Certo.
EliminarSiga!
Beijo. :)
Apoiada... delícia de decisão!!
ResponderEliminarSer o que se quer ser!!!!
Tu pelo menos apoias-me em tudo. :P
EliminarBeijo.
Porque será que fico com a sensação de que ainda não encontras-te quem te despisse?
ResponderEliminarEncontrei sim...mas esse alguém voltou a vestir-me e nesta altura do ano está muito frio para me voltar a despir. ;)
EliminarDespida é sempre uma bela imagem, qualquer que seja o contexto.
ResponderEliminarDespe-te!!!
Será? Não sei se esse sempre se pode aplicar aqui. ;)
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