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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Nostalgia

Por vezes um cantinho do nosso cérebro ao qual damos o nome científico de hipocampo ou lobo temporal do cortéx, põe os motores a trabalhar e traz até nós aquilo a que damos o nome de memória, quer a curto, ou a longo prazo. Lembra-se de nos levar a lugares recônditos, escondidos por nós, que foram vividos no passado, aparecendo-nos no presente em forma de nostalgia.
Quando essa  nostalgia decide "atacar-nos", só nos resta lutar contra ela expulsando-a, ou então entregar-mo-nos de corpo e alma e segui-la para onde ela nos quiser levar.
Foi o que fiz, ela apareceu assim do nada, e deixei-me guiar por ela, levou-me ao meu carro, fez com que eu o guiasse, enquanto me sussurrou ao ouvido para pegar naquele cd que ainda permanecia ali ao meu lado, na porta e o pusesse a tocar. Todas aquelas musicas que tantas vezes foram ouvidas em conjunto ou a sós ainda conseguiam provocar em mim um arrepio na espinha.

Pus-me à estrada, deixei-me guiar até aquele local onde se deu o primeiro encontro, estacionei e deixei-me ficar por ali parada ao som da chuva que caía forte lá fora ao mesmo tempo que o cd ainda tocava. 
Fechei os olhos e vivi tudo o que ali se passou há uns anos atrás como se fosse hoje.

Sorri ao recordar aquele nosso nervoso miudinho quando convidei alguém para entrar no meu carro pela primeira vez.

Sorri quando recordei aquela minha tentativa de beijar esse alguém, sim, fui eu a que me atirei de cabeça...quando na realidade essa pessoa queria tanto ou mais que eu. Foi algo tão único, tão indescritível que só quem viveu algo do género me irá compreender. E presumo não ter sido a única a viver algo assim.

Sorri, quando recordei aquela vez em que fui ali parar de saia e sem cuecas e tivemos que acabar tudo num outro lugar mais adequado...que loucura.

Sorri, ao recordar todas as vezes que aquele carro foi o local escolhido para nos aliviarmos de todas as tensões e tesões.

Sorri, porque sabia que me aventurei a viver de uma forma que nem todos teriam coragem de o fazer, forma essa que me fez bem ao ego, à minha forma de ser e ver as coisas. Cresci  e aprendi a ver as coisas numa outra perspetiva que poucos alcançarão.

Sorri, porque não me arrependi de nada do que fiz e se voltasse atrás, faria tudo da mesma forma, simplesmente me deixaria ir.

Mas também chorei...
Chorei, sem saber muito bem a razão que me levava a chorar.
Talvez porque decidi acabar tudo isso. Talvez porque agora não encontrava nada nem ninguém à altura de tudo aquilo que se viveu e sentiu. Talvez porque sabia que a qualquer instante eu poderia recomeçar tudo com a mesma pessoa, mas ao mesmo tempo a minha razão, dava-me um safanão querendo alertar-me para ficar quieta.

Chorei, porque sabia que essa pessoa ainda sofria com o meu afastamento, mas mesmo assim, continuava ali, todos os dias para me dar os bons dias.

Chorei, porque desde então não consegui mais ser a mesma aventureira destemida de outrora.

E voltei a sorrir de novo, porque sabia que era uma felizarda na vida, e que apesar de tudo o que vivi não magoei ninguém com as minhas decisões. 
Desde sempre soube que era preciso usar a inteligência da mesma forma que ao mesmo tempo  se usava a audácia, para que tudo desse certo, e agora tinha a certeza que de facto foi essa a minha melhor regra que estabeleci para mim própria.

São dias como estes, nostálgicos que nos levam a pensar melhor em tudo o que fomos e somos. E ainda naquilo que um dia queremos ser. 
Ser vivos, e não apenas sermos seres existentes à face da terra.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Desinteressada

Ando assim um pouco para o desinteressada com tudo e com todos...
Ando numa de deixar andar, de viver um dia de cada vez sem planos traçados, só para ver no que dá.
Presumo que a minha rebeldia interior, ainda cá esteja, mas dormente.
Acredito que seja apenas uma fase, fase esta de rescaldo de tudo o que vivi, de tudo o que não vivi e talvez quisesse ter vivido...talvez! Talvez sim ou talvez não...
Não sei...mas também não quero saber, porque sei que o tempo me trará a resposta.


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Incrível

Sei que sabes que penso em ti. Sabes que te desejo e que te quero perto. Tão perto que te possa tocar na pele. Tão perto que consigas sentir a minha respiração no teu pescoço. Tão perto que já não consigas pensar em mais nada que não agarrar-me com vontade para não mais largares. Mas eu nego. Nego e volto a negar. E cada vez que nego é mais uma certeza que tenho. E em cada certeza está um desejo por cumprir. Uma fome por saciar. E és tu, só tu, que me podes completar. E podia vir o homem mais bonito do mundo, ou o meu maior ídolo e nenhum deles, nenhum, me daria o que tu me podes dar. É incrível, não é?

Texto adaptado por Paloma, de Afonso Noite-Luar


quinta-feira, 30 de junho de 2016

Eternamente pecadora me assumo

"Para quê complicar aquilo que pode ser tão simples?" - perguntei.

Se eu quero e tu também queres, porquê arranjar desculpas e formas de renunciarmos aos nossos próprios desejos?
Mas isto não deve ser feito e tal porque é proibido e o dever é manter-mo-nos no nosso devido lugar com uma auréola na cabeça...
É o tanas é o que é...
Que se fodam as auréolas, os deveres e todos os santos, quando o que mais queremos é gozar a vida...sim, esta vida que tão curta nos dizem ser!
Se ajo mal em pensar assim?
Talvez as almas mais puritanas digam que sim, mas já deviam saber que eu e o diabo temos um pacto...o de poder pecar quando o corpo assim nos pede!
Eu e o puritanismo nunca nos entendemos bem...vá-se lá saber porquê!

Paloma


sábado, 18 de junho de 2016

Cansada

Faltam apenas duas semanas para as tão desejadas férias, e sinto mesmo uma necessidade enorme de repouso, quer físico, quer psicológico. Por aqui tem havido sempre muita coisa a fazer o que me condiciona a certos prazeres pessoais que tanto gosto. Sei que é tudo uma questão de tempo, mas isto já se vem a prolongar há tempo demais, fazendo com que eu deixe de lado "certas" pessoas, certas "visitas" e certas "coisas".
Preciso de tempo para mim.
Preciso de parar sem pensar que hoje tenho que fazer isto, e mais isto e aquilo e amanhã terei outro tanto para fazer ou mais, e claro, contando com os imprevistos que me vão aparecendo, porque aparecem quase sempre.
É a vida, como tantas vezes um amigo meu menciona.
Sim, sei que é a vida, mas chegamos a uma certa altura que todos nós precisamos de sossego, de paz, de repouso e de nos ocuparmos apenas com as coisas e pessoas que mais gostamos.
O meu corpo pede-me férias e a minha mente pede-me audácia!

Bom sábado!


terça-feira, 14 de junho de 2016

De repente...

De repente tudo muda. De repente desaparecem os beijos. De repente desaparecem as conversas. De repente desapareces-me do olhar. De repente a ausência sente-se. De repente a solidão ataca  e de repente o vazio instala-se.
De repente sentimos que algo de nós já não está cá.
De repente a vida muda e nós mudamos com ela.
E tudo num instante tão repentino...

Paloma


terça-feira, 31 de maio de 2016

Sobre o José Cid

Não é de todo meu costume vir para este espaço falar ou criticar assuntos de gente pública, prefiro sempre falar de mim, que é o mais justo e sensato. Mas, não consegui ficar de boca fechada quando vi e ouvi, e ainda continuo a ler por este mundo da comunicação social, toda a parvalheira que este fulano disse sobre os transmontanos.
Não, não sou transmontana, nem tão pouco estou aqui para defender o povo de Trás os Montes, mas ninguém tem o direito de "acusar" e "mal tratar", quem quer que seja, certo?
E deixem que vos diga que em tempos conheci um transmontano, que de facto usava um palavreado um pouco estranho, há quem lhe chame "parolice", mas que dava umas fodas como ninguém, lá isso dava.
E já agora senhor José Cid, parolo mesmo, é aquele que se deixa postar numa foto assim, escondendo uma "pilita" toda enrugada e tão pequena que ficaria mal se fosse colocada à vista.


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Segundas-feiras

Nunca fui das que diziam mal das segundas-feiras, porque para mim também se vive neste dia e pode acontecer muita coisa boa no dia a seguir ao domingo.
Não sei se pelo facto de já ter trabalho os fins de semana me leva a pensar assim ou porque realmente as segundas podem ser não só início de uma boa semana como o início de muitas outras coisas boas por acontecer.
Há segundas que me custam imenso levantar da cama, mas isso acontece-me quase todos os outros dias da semana, daí não gostar muito de apontar a segunda feira como um dia mau, mas sim como um dia em que somos nós as pessoas certas para a transformarmos num dia excelente.
Mas hoje...e não sei o porquê, não estou a conseguir fazer isso. Sinto-me em baixo, sem pica, e com uma enorme vontade de fazer absolutamente nada!!
Estarei a ser alvo daquilo que tanto criticava nos outros quando me diziam que não gostavam das segundas e eu por sua vez só para meter nojo me confessava que gostava?

Haverá por aí alguma alma caridosa que me consiga arrebitar?
É que já são horas do almoço e aqui a Paloma continua sem vontade de...comer e....ser comida!


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sofreguidão

Hoje, é um daqueles dias em que me apetecia que me vendassem os olhos, me prendessem os pulsos para que ficasse imóvel e não pudesse tocar, apaziguando a fome que existe em mim, e como castigo, ter alguém a devorar-me apenas com o som do respirar.
Ser de alguém desta maneira, encurtando este querer que em mim habita, num sentir em que os simples gestos dizem mais do que foder.
Depois, implorava para que entrassem em mim em silêncio, ao mesmo tempo que me devorariam com suspiros.
E aí, apenas iria exigir o que mereço, aquela meiguice que tantos outros não se importaram de dar, pelo simples facto de quererem apenas foder como animais instintivos que demonstraram ser.
Preciso de sentir na pele o que me falta, ao ponto de querer gemer e gritar de prazer.
Sentir o preciso destino, nas entranhas do meu mais recôndito interior, e em orgasmos reais, sentir-me viva e mulher.

Orgástico, este sentir mergulhado apenas na visão enquanto devoro alguém em silêncio...na minha imaginação!

(texto readaptado por Paloma de Augusto Pinto)



quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Coisas minhas

O que fazer quando a tentação nos bate à porta em forma de perigo?
O que fazer para evitarmos aquilo que na realidade desejamos?
O que fazer quando nos debatemos contra algo ou alguém fora dos nossos parâmetros normais?
O que fazer quando a curiosidade surge sobre algo do qual nunca vivenciamos?
Cedemos?
Deixamo-nos levar?
Arriscamos?
Desistimos?

Nem sempre aquilo que nos envolve e nos arrepia a pele, é o mais correto. 
E o que é o correto, senão aquilo que queremos?
Que se lixem os dogmas.
Que se danem os valores dos quais fomos quase "obrigados" a seguir.
Que se foda tudo e todos e sejamos nós os que mais conseguem obter prazer nessa mesma foda.

Sei que posso ser complicada, não compreendida, apontada...
Mas sabem que mais?
A vida é isto que acontece a cada segundo e cabe-nos a nós ter "tomates" para a viver da forma que mais prazer nos dá. 
Somos nós que decidimos a vida e não o contrário, somos nós que fazemos o nosso destino e não o destino que vem até nós.
Nunca esquecendo que deve ser obrigatoriamente proibido magoar quem quer que seja. Causar danos? Não!
Vivamos...arrisquemos quando nos dá na gana.
Das coisas que mais tenho aprendido ao longo da vida, é que, por vezes agirmos por impulso é bem melhor do que pensar seriamente sobre algo e fazermos planos.
Pode parecer ridículo, mas o inesperado sabe sempre melhor...tenha ele a dose de loucura que tiver.