"Tão perto de ti, e ainda assim tão perto, vou envergando as vestes do querer, pelos sentires mais lascivos que a mente produz, daquelas tareias que nos faz esquecer o mundo, quando me tocas sem tocar.
Quando me tocas e devoras os meus pensamentos e nos sonhos em que deliciosamente participas.
E mesmo rasgando a carne que te quer, confesso que não me apetece lutar mais, aceitando a derrota para que toques mais uma vez, rasgando todo o meu interior.
Mais uma vez num lapso do tempo, me sentir viva...enxugando as lágrimas que marcam a saudade do teu último toque, aquele, onde os olhos me despiram e nua permaneci, aguardando em silêncio o beijo que selava toda a minha vontade e solidão.
E se tu me conhecesses?
Agitarias todos os ventos para voltar atrás, arrastando todas as montanhas para escrever o meu nome!
Se tu...fosses o que eu sempre quis e o que quero, sem mentiras e no final, rasgasses os sentidos e todos os sentires, num gotejar perpétuo do amar!
Isso, amar-me!
Sem ilusões ou vestes de lampiões semi apagados, em ruelas com sombras e nada de ti, e nada de mim.
Em vestes que invento e depois me arrependo, porque tu não estás...e onde estás?
Quando agora sinto frio, nesta gélida saudade de não te sentir.
Somos o que fazem de nós, com o tempo."