Hoje, é um daqueles dias em que me apetecia que me vendassem os olhos, me prendessem os pulsos para que ficasse imóvel e não pudesse tocar, apaziguando a fome que existe em mim, e como castigo, ter alguém a devorar-me apenas com o som do respirar.
Ser de alguém desta maneira, encurtando este querer que em mim habita, num sentir em que os simples gestos dizem mais do que foder.
Depois, implorava para que entrassem em mim em silêncio, ao mesmo tempo que me devorariam com suspiros.
E aí, apenas iria exigir o que mereço, aquela meiguice que tantos outros não se importaram de dar, pelo simples facto de quererem apenas foder como animais instintivos que demonstraram ser.
Preciso de sentir na pele o que me falta, ao ponto de querer gemer e gritar de prazer.
Sentir o preciso destino, nas entranhas do meu mais recôndito interior, e em orgasmos reais, sentir-me viva e mulher.
Orgástico, este sentir mergulhado apenas na visão enquanto devoro alguém em silêncio...na minha imaginação!
(texto readaptado por Paloma de Augusto Pinto)