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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Se me conhecesses

"Tão perto de ti, e ainda assim tão perto, vou envergando as vestes do querer, pelos sentires mais lascivos que a mente produz, daquelas tareias que nos faz esquecer o mundo, quando me tocas sem tocar.
Quando me tocas e devoras os meus pensamentos e nos sonhos em que deliciosamente participas.
E mesmo rasgando a carne que te quer, confesso que não me apetece lutar mais, aceitando a derrota para que toques mais uma vez, rasgando todo o meu interior.
Mais uma vez num lapso do tempo, me sentir viva...enxugando as lágrimas que marcam a saudade do teu último toque, aquele, onde os olhos me despiram e nua permaneci, aguardando em silêncio o beijo que selava toda a minha vontade e solidão.
E se tu me conhecesses?
Agitarias todos os ventos para voltar atrás, arrastando todas as montanhas para escrever o meu nome!
Se tu...fosses o que eu sempre quis e o que quero, sem mentiras e no final, rasgasses os sentidos e todos os sentires, num gotejar perpétuo do amar!
Isso, amar-me!
Sem ilusões ou vestes de lampiões semi apagados, em ruelas com sombras e nada de ti, e nada de mim.
Em vestes que invento e depois me arrependo, porque tu não estás...e onde estás?
Quando agora sinto frio, nesta gélida saudade de não te sentir.

Somos o que fazem de nós, com o tempo."

Augusto Pinto





quinta-feira, 22 de junho de 2017

Aqueles beijos

"Ahh! Que beijos eram aqueles...
Sem pressa, demorados.
Ternos, apaixonados,
Inebriantes.

Beijos inesperados,
Quentes, molhados.
Cheios de intenções,
Desejos, paixões.

Beijos que marcavam,
Que pediam, imploravam.
Uma garantia, uma certeza,
Que nunca terminariam.

Mas, sem saber que era o último,
Nossos lábios repetiram o ritual.
Nos entregamos àquele momento,
Com a esperança que durasse para sempre.

O derradeiro beijo foi assim,
Mais um instante paradisíaco.
Nada de despedidas tristes,
Sem lágrimas derramadas.

Ainda penso naqueles beijos
Beijos que me enfeitiçavam.
Entorpeciam meu corpo,
Embebiam-me de prazer.

Bons beijos aleatórios eram aqueles...
Anestesia para dias amargurados.
Deixavam o coração suplicante,
Viciado em beijos enamorados."

(Elonir Gonçalves)


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Dizem...

Há quem diga que as pessoas mudam, que o tempo e as circunstâncias da vida assim fazem com que isso aconteça. Concordo.
Há quem diga que tudo tem um tempo exato para acontecer, sejam coisas boas ou coisas más. Concordo.
Há quem diga que amores podem virar desamores e vice versa. Concordo.
Há quem diga, para não deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. Concordo.
Há quem diga que nada é impossível, que para isso basta tentarmos e torná-lo possível. Concordo.

E depois há quem diga que tudo tem um fim. Não. 
Não concordo, porque há coisas, se bem que coisas não é o termo mais apropriado para se dar, mas mesmo depois de algo ter acabado, não quer dizer que seja um fim, porque as pessoas até podem vir, ir e nunca mais voltar, mas existem coisas que ficam. O cheiro fica, o desejo permanece e a lembrança crava-se na nossa memória como uma tatuagem. E mesmo que as nossas direções sejam agora outras, há sempre algo que nos leva até esse passado, persistindo em continuar presente.
É, ou não é assim?


sexta-feira, 17 de março de 2017

Vontade do teu beijo

"Hoje, acordei com vontade de te beijar. Senti falta da textura e do calor dos teus lábios sobre o meu corpo. Tive saudades do sorriso que me colocas na cara quando murmuras o meu nome para me despertar da minha vagareza de ébrio. Os teus lábios mordem-me a imaginação. As tuas palavras beijam-me o desejo. A tua pele despe-me sem nenhuma piedade pela minha loucura. 
Hoje, acordei assim, louco de vontade de te beijar. Senti-me inquieto e respirei-me na procura do teu cheiro. A falta do teu beijo lembrou-me que estou sozinho. A minha urgência sufocou-me. Toquei-me sem te sentir. Olhei-me sem te ver. A necessidade do teu beijo matou-me sem me tirar a vida. É como uma bala nunca disparada. Um veneno não ingerido. Um segredo por dizer. 
Hoje, acordei assim, louco de vontade de te beijar."

José Micard Teixeira


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

...

"Vinham sempre à mesma hora, não sem antes se arranjarem cuidadosamente um para o outro. Ela num duche demorado, jasmim na pele nua, aveia no cabelo negro e um leve tom no rosto, preceitos que rematava com um batom discreto, lábios de rosa chá. Ele, bem, ele era todo nervos às voltas no quarto minúsculo até acertar com o vestir, quase sempre o mesmo, que a vida não permitia vaidades nem grandes nem pequenas. "
(...)

Excerto, in "Não te esqueças de sentir"


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

quarta-feira, 23 de março de 2016

Pergunta

"Folheio devagar as páginas do tempo
onde encontro a primavera
em que no teu corpo mudo, uma flor se abriu
à delicada urgência do orvalho.
Lembro que colhi o mel do teu sorriso,
a luz inicial do teu olhar,
a fragrância dos teus beijos,
a seiva do teu corpo e as palavras
que, como pétalas, brotavam dos teus lábios.
Revejo-as de novo em silêncio,
quando a saudade se põe nua na minha sombra
e me pergunto,
quantas vezes será preciso repeti-las
até que voltem a dissolver-se na nossa boca..."

(Albino Santos)