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segunda-feira, 13 de março de 2017

Uma angústia inexplicável

"Há dias em que as palavras não chegam - e em que o coração tenta ficar imóvel para não transbordar do nosso peito. Há dias em que a luz da rua não basta para nos fazer sentir vontade de enfrentar o mundo - e são dias em que apetece apenas um silêncio demorado que decidiu fazer uma pausa momentânea de tudo. 
Há dias em que os sonhos parecem ser sonhos para uma vida diferente - e não a nossa - , quando são nossos, mesmo quando os queremos tanto, mesmo quando precisamos tanto deles para viver a vida que temos. 
Há dias em que o reflexo que vemos no espelho parece vago, ausente, longínquo, obtuso, inerte e fugidio.

Há dias em que acordamos com uma angústia inexplicável dentro do peito. São dias em que temos vontade de gritar com o mundo, sem, na verdade, sabermos concretamente o que gritar. Mas a urgência queima-nos. A angústia alastra-se em nós. E precisamos desta revolta interna que, hoje, não aceita a vida como ela é - que, mais do que a vida não aceita sequer quem somos.

Há dias assim: em que as palavras não chegam - e em que o coração, no meio de tanto calor e de tanta urgência e de tanta rebelião interna, se esconde de nós próprios, incapaz de bater ao nosso ritmo."

Laura Almeida Azevedo


segunda-feira, 6 de março de 2017

Silêncio

Dou por mim a tentar interpretar o teu silêncio e não gosto daquilo que me surge no pensamento.
Corrói-me pensar em tudo aquilo que estarás a sentir neste vazio...neste silêncio do qual ainda não me habituei a dirigir.
São vidas...estas, das quais nunca estamos preparados para as consequências que sabíamos que mais tarde ou mais cedo iriam surgir.